Os alunos das sétimas séries assistiram a um curta-metragem
intitulado “Tanza” (sobre um menino guerrilheiro na África), após roda de
conversa eles foram convidados a produzir um texto contando sua história como
se fossem tal criança. As produções ficaram maravilhosas, segue abaixo, um
exemplo. O texto é da aluna Gabriela Trigueiro (7ª. A):
A história de Tanza
Eu estava lá sozinha, pensando em tudo o
que já tinha vivido e o que deveria viver se não fosse à maldita guerra! O ódio
fervia em minhas veias, o rancor estava limpo em meus olhos e a vingança, essa
sim, não saia da minha cabeça! Sabia que por culpa daquelas pessoas fui
separada da minha família, não tive direito de escola, nem de amigos, não tive
direito de nada!
Tudo que fazia era lutar para poder comer,
se é que se pode chamar de comida o que ingeria. Comia com os olhos nas costas,
pois poderia levar um tiro a qualquer momento! Na hora de atirar não pensava
duas vezes, nem parecia eu! Meus sentimentos, sentimentos? Será que ainda tinha
“sentimentos”! Eu só sentia ódio!
Chegou a hora de atacar a vilinha que tirou
minha paz! Era hora de matar ou morrer! Só que me deparei com uma criança muito
parecida comigo antes, cheia de sonhos, não tive coragem! Quando minha lágrima
caiu o tiro acertou meu peito, meu corpo caiu como todo ódio que eu sentia!
A última palavra que disse, foi para aquela
criança, doce e inocente criança. “Não sinta ódio ele te leva a lugares que
você desconhece”! A pequena ficou sem entender nada, com suas mãos fechou meus
olhos e me disse: “Vai com Deus, ele irá te levar para o paraíso, meu pai mora
lá”. Assim a criança me mostrou que às vezes não vale a pena derrubar quem te
derrubou, pois nessa guerrilha eu cai!
Genade,
Kênia.
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